Feclesc paralisa aulas após confirmados 4 casos de gripe A




Procura por máscaras nas farmácias e boatos deixam moradores de Quixadá com medo da pandemia atingir a cidade

Quixadá. Menos de 24 horas após a divulgação de três casos na primeira cidade do Interior do Ceará contaminada pelo vírus Influenza A (H1N1), mais um é confirmado pela Secretaria de Saúde de Quixadá. Trata-se de mais uma aluna da Faculdade de Educação Ciências e Letras do Sertão Central (Feclesc). Ela mora na residência universitária, vizinho ao posto de saúde do Combate. A paciente foi transferida para Fortaleza com febre alta e dores no corpo. As aulas foram paralisadas no campi avançado da Universidade Estadual do Ceará (Uece).

O diretor da Feclesc, Jorge Rodriguez, informou que a decisão foi tomada com a confirmação feita pela equipe da rede de atenção básica do município. A faculdade tem cerca de 1,4 mil estudantes de 12 municípios da região. Com a continuidade das aulas, os riscos de contaminação poderiam subir. A preocupação aumentou com a notícia do primeiro óbito de um dos participantes do congresso de Saúde promovido pela Universidade de Brasília (UnB). A morte foi registrada na Paraíba.

Segundo ele aproximadamente cinco mil congressistas de todos os cantos do País estiveram em Brasília. Além dos alunos da Feclesc, acadêmicos da Faculdade Católica Rainha do Sertão e da Universidade Federal do Ceará (UFC) participaram do encontro. Na Feclesc as aulas continuavam por conta da necessidade regularização dos semestres, afetados pelas greves no ano retrasado. Os portões do campus devem ser abertos no dia 4 de agosto.

Um dos moradores da residência estudantil da Feclesc, Jonatan Rodrigues, lamenta a situação e a forma como os colegas estão sendo tratados. Os dois residentes que contraíram o vírus H1N1 estiveram no encontro promovido na UnB. Estão recebendo tratamento e tomando os cuidados necessários para evitar o contágio de outras pessoas. Mesmo assim, os exageros persistem. Partem de quem tem pouca formação ou desconhecimento sobre a gripe, comenta o universitário. Embora as aulas tenham sido interrompidas, a coordenadora da Atenção Básica no município, Liana Cavalcante, assegura que o quadro é de normalidade. Não há motivos para pânico. Mas não é isso o que se vê e se ouve nas ruas. Começou a procura por máscaras nas farmácias e também a boataria pela cidade. Muitos acreditam que a primeira vítima do Influenza H1N1 no Interior do Ceará, o estudante do campi da UFC morreu na noite da última terça-feira. A coordenadora contesta informando manter contato constante com o universitário e os outros pacientes.

Além do monitoramento contínuo, panfletos são distribuídos. O carro de som passa por todos os bairros pedindo calma e que atendam às recomendações contra a doença. A Secretaria de Saúde de Quixadá já traçou um plano de ação e hoje o problema será discutido em seminário promovido com profissionais da saúde e da educação. O quadro será avaliado e por meio dele definido se haverá necessidade de adiamento do início das aulas nas escolas de Ensino Fundamental e Médio.

A auxiliar de serviços, Zulene Silva, não pretende deixar o neto de 5 anos ir para a aula enquanto a situação não estiver normalizada em Quixadá. O calendário escolar do semestre está previsto para a próxima semana. Ela chegou a chorar ao comentar sobre o contato da criança com uma amiga da família que esteve na companhia da aluna da Feclesc encaminhada para Fortaleza. Nervosa, confessa a preocupação com a possibilidade dele contrair a gripe. Ela trabalha no posto de saúde situado ao lado da residência estudantil universitária. Usa máscara fornecida pela Secretaria de Saúde. Pretende comprar a proteção para o resto da família.

Segundo o gerente farmacêutico, Marciano Lima, o estoque de máscaras já acabou. A procura tem sido grande desde a divulgação do primeiro caso da gripe A em Quixadá. O preço do protetor facial varia entre R$ 0,30 e R$ 0,50. Mas as farmácias não estavam preparadas para atender a acentuada demanda. O jeito foi realizar pedido de urgência para atender os clientes. Outra opção tem sido as máscaras usadas na construção civil e marcenarias. Entretanto, pouco se vê pessoas usando o artefato.

FIQUE POR DENTRO

Dicas para evitar a contaminação

A enfermeira Liana Cavalcante, especialista em epidemiologia, explica que somente os pacientes com algum tipo de patologia ou doença crônica respiratória correm risco de morte ao contraírem a gripe. O risco se estende as pessoas com imunidade baixa, crianças com até dois anos e idosos. Hipertensos, diabéticos, cardiopatas e portadores do HIV estão incluídos no grupo de risco. Mesmo assim, adotar os cuidados necessários, lavando bem as mãos, não compartilhar alimentos, talheres, copos e objetos de uso pessoal, ajudam a evitar a doença. Adoecendo, procurar o médico o mais rápido possível e informar o histórico de contato com doentes e roteiro de viagens recentes. A automedicação pode agravar a doença.

Mais informações:

Secretaria de Saúde de Quixadá
(88) 3412.3245, Disk Gripe A - Quixadá, (88) 3414.4743

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