O queparecia improvável num mundo que se transforma da noite para o dia, seria o desaparecimento de um meio de transporte muito usado no sertão, o pau de arara. Essa lógica poderia ser usada em comparação com a substituição do jegue por motos nas comunidades como vem acontecendo de maneira muito rápida no sertão.
Ledo engano aqueles que apostaram na substituição desse meio de transporte popular, no interior do estado esses veículos estão mais vivos que nunca, essa op
ção parece ser a mais preferida pelo homem simples do campo, mesmo em muitos municípios e distritos que já possuem ônibus e vans, o transporte pau de arara sempre
está cheio de passageiros, sinal que essa preferência esta nítida entre seus frequentadores.
Mais do que um simples transporte de passageiros, os carros pau de arara agora ganha status dentro da cultura popular de preservação dos costumes regionais, esse “tombamento cultural” deve ser defendido pelas organizações e instituições culturais dos municípios, todavia, a segurança não é exatamente a adequada para o transporte de passageiros, mas, os acidentes
envolvendo esses carros são bem menores dos que as vans e ônibus em circulação.
Francisco Jabson de Lima, 35 anos, morador do Distrito de São João dos Queiroz, tem um caminhão que de segunda a sexta-feira faz o percurso da sede do distrito a cidade de Quixadá, ele disse que tem um ônibus que compete com ele, mais o pau de arara dele está sempre lotado. 
Para confirmar as palavras de Jabson o senhor João Vieira de Oliveira,67 anos, disse que desde os seus 5 anos anda neste meio de transporte e não troca de jeito nenhum o pau de arara. “Nos ônibus agente fica sufocado e o calor é grande demais, já no pau de arara o vento vai com agente” disse sorrindo o aposentado.
Já a senhora Aline Dill de Oliveira, 27 anos, disse que acha bom porque o veiculo é aberto e não faz tanto calor, mas é consciente que
este não é o melhor meio de transporte para locomoção.
Pela legislação brasileira de trânsito, esta forma de transporte é proibida, porém é ainda tolerada em muitos lugares e situações excepcionais - como durante as romarias a Juazeiro do Norte, no Ceará, e ao Bom Jesus da Lapa, na Bahia.
Seu uso tem sido coibido de forma paulatina, no país, por não oferecer as mínimas condições de segurança e conforto e contrariar o Código de Trânsito Brasileiro.
Fique por dentro
Pau de arara é o nome dado a um meio de transporte irregular, e ainda utilizado no Nordeste do Brasil. Consiste em se adaptar caminhões para o transporte de passageiros, constituindo-se em substituto improvisado para os ônibus convencionais. Um segundo nome dado a esse meio de transporte pela cultura popular é "mister". Isso ocorre principalmente na cidades pequenas do nordeste brasileiro.
Sobre a carroceria do veículo são colocadas tábuas, que servem de assento, e a instalação de uma lona como cobertura a proteger das intempéries completam a adaptação deste para o transporte.
Suas origens remontam aos tempos em que não havia outras formas para o transporte de maiores quantidades de pessoas, além de estadas bastante precárias, na Região Nordeste, além da instalação, no país, da fábrica de caminhões FNM, que popularizaram este veículo de carga, capaz de vencer os terrenos mais difíceis.
Os paus-de-arara foram bastante utilizados durante o êxodo de nordestinos para o sul do país, mormente o estado de São Paulo - ganhando também, entre os sulistas, as acepções do passageiro destes veículos e, de forma pejorativa, a todo nordestino
Luiz Gonzaga, emigrado do Nordeste ainda nos 40 do século XX, compôs a canção Pau de arara, onde retrata essa peregrinação de seus conterrâneos
Fonte: Revista Central
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