Moradores reclamam de buraqueira nas vias

Como forma de protestar contra a buraqueira nas ruas deste município, moradores estão alardeando pela cidade que vão colocar o município no Livro dos Recordes. "Uma das mais exóticas cidades do Brasil poderá conquistar um título inédito, o de mais esburacada do planeta", afirma o empresário Mailton Avelino da Silva, que está a frente do movimento.


Conhecida como "Terra dos Monólitos", por sua peculiar formação geográfica, Quixadá poderá ganhar um novo título, na avaliação de alguns moradores. Daí considerarem a possibilidade de inclusão desse feito no Livro dos Recordes, o Guinness Book. Com o objetivo de conquistar a façanha inédita, pretendem medir quantos quilômetros de ruas e avenidas estão em péssima condição de tráfego. Levando a decisão adiante ou não, o certo é que, pelas estimativas de motoristas e motociclistas, mais de 90% das ruas e avenidas da cidade estão comprometidas pela buraqueira. "A iniciativa surge como protesto aos serviços feitos nas obras saneamento básico da cidade, o Sanear II", explica Mailton da Silva.

Ele diz que como já existe a mais bela, a mais rica, a mais antiga, a mais estranha e até a cidade mais quente do mundo, o título poderá se tornar "orgulho" para os moradores e uma vergonha para os administradores. "Ninguém suporta mais a buraqueira espalhada por toda a cidade. Das avenidas, apenas a Francisco Pinheiro de Almeida está escapando. Mas poderá ser a próxima", lamenta o morador.

O secretário de Obras e Urbanismo de Quixadá, Paulo Stênio Fernandes, reconhece o problema. Ele justifica haver esforço no sentido de recuperar as boas condições de tráfego para os veículos. O asfalto danificado está sendo restaurado. Todavia, trata-se de remendos. A pavimentação jamais ficará como a original. Ele constatou o mesmo problema em outros municípios onde o Sanear II está passando. Citou Fortaleza, Maranguape, Morada Nova e Maracanaú. Por esse motivo, apresentou um projeto de recuperação ao prefeito Rômulo Carneiro. Agora é buscar recursos financeiros.

Quanto a Avenida Francisco Pinheiro de Almeida, aquele trecho da via urbana de acesso do Bairro São João ao Planalto Universitário, não será cortado. O saneamento foi feito antes da pavimentação, conforme explicou Paulo Stênio.

Para evitar desperdício do dinheiro público, outra importante via de escoamento de tráfego, a José de Queiroz Pessoa, receberá nova manta asfáltica somente após a construção da galeria pluvial. Segundo Paulo Stênio, a obra de drenagem deverá estar concluída dentro de seis meses. O serviço esteve paralisado praticamente um ano, por conta de questões jurídicas.

Audiência pública
Justiça. Esta pode ser exatamente a alternativa de moradores do Bairro Campo Velho. Eles solicitaram a paralisação do uso de explosivos em um trecho da Rua Dr. Batista de Queiroz. De acordo com o morador Lutero Rômulo de Queiroz Sampaio, nomeado para representar o grupo, fizeram um acordo com a empreiteira do Sanear II, a Marsilop. Um laudo de extração da rocha deverá ser apresentado dentro de 15 dias. Mais de 100 famílias moram naquela área, sobre uma enorme rocha monolítica. As detonações estavam comprometendo as estruturas das casas. Eles temem, inclusive, desabamentos.

Acionada pelos moradores, a Defensoria Pública promoveu audiência pública para debater o problema. No encontro entre as partes envolvidas na problemática, realizado no Núcleo de Práticas Jurídicas da Faculdade Católica Rainha do Sertão, representantes da Companhia de Água e Esgoto do Ceará (Cagece) e da Marsilop discutiram alternativas com a comissão de moradores daquele bairro para continuidade das obras. Lutero Sampaio solicitou à Companhia de Água e Esgoto e à empreiteira utilização de tecnologia alternativa. Martelos pneumáticos foram apontados como opção para o problema.

A reportagem do Diário do Nordeste manteve contato com os escritórios da Cagece e da Marsilop. Até o início da tarde de ontem, os técnicos da companhia de saneamento e da empreiteira, responsáveis pela execução da obra, que foi iniciada em março de 2008, não haviam sido localizados para se manifestarem acerca dos problemas.

INFRAESTRUTURA

3,3 milhões de reais serão necessários para recuperar as vias de Quixadá. 60 mil metros lineares de pavimentação foram abertos para implantação da rede de esgoto, causando buraqueira

MAIS INFORMAÇÕES
Cagece: (88) 3412.0840
Marsilop: (88) 3412.1994
Prefeitura de Quixadá
(88) 3412.3864
 
 
Fonte:Diário do Nordeste
 
 

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