Pedido de uso da Força Nacional ganha apoio



O pedido do Tribunal Regional Eleitoral do Ceará (TRE-CE) dirigido ao governado do Estado Cid Gomes (Pros), para solicitar o envio de tropas da Força Nacional de Segurança, ganhou força ao receber apoio da Procuradoria-Geral de Justiça (PGJ) e da Procuradoria Regional Eleitoral (PRE). O pedido também foi tema central de manifestações na Assembleia Legislativa, onde parte deputados se posicionou em favor do envio das tropas. 

Segundo a assessoria do TRE-CE, a solicitação da presença das tropas partiu do procurador regional eleitoral, Rômulo Conrado em diálogo com a presidente do Tribunal, desembargadora Iracema do Vale. Para a PRE-CE, as tropas poderão garantir a normalidade do 2º turno das eleições na Região Metropolitana de Fortaleza.

A solicitação foi enviada ao governador ainda na tarde de segunda-feira (13) e, apesar do pedido de urgência feito pela presidente do TRE-CE, dando um prazo de 24 horas para o governador se manifestar, Cid Gomes ainda não havia enviado nenhuma resposta à corte eleitoral até o início da noite de ontem. O Estado tentou durante toda à tarde de ontem entrar em contato com a assessoria do governador, mas nenhuma das ligações foi atendida.

A força nacional só pode ser pedida mediante solicitação expressa do respectivo governador de Estado.

Após o pedido do procurador Rômulo Conrado, o procurador-geral de Justiça, Ricardo Machado, também decidiu provocar o TRE para que solicite ao governador o pedido de intervenção para assegurar a tranquilidade do pleito no segundo turno. “Estamos zelando pela garantia do exercício pleno da cidadania, posto que o Ministério Público também é o guardião do Estado Democrático de Direito”, afirmou Ricardo Machado, em comunicado enviado à imprensa pela assessoria do MPCE.


Na AL

O jornal O Estado conversou com alguns deputados estaduais para repercutir a possível vinda das tropas nacionais para a capital cearense no segundo turno das eleições. Todos os deputados entrevistados colocaram-se a favor da medida. A deputada e ex-candidata ao governo do Estado, Eliane Novais (PSB), pede que a força adentre todo o interior do Ceará. De acordo o MPE, a presença de tropas federais seria necessária apenas na Região Metropolitana de Fortaleza, incluindo os municípios de Caucaia, Maracanaú, Maranguape e Pacatuba, além da Capital.

“Eu parabenizo a atitude do TRE e, se ainda houver possibilidade, peço que a medida se estenda para todos os municípios do Ceará. Eu acredito que, onde as tropas federais estiverem, vão intimidar a compra de voto, para garantir o maior exercício da democracia no interior do Ceará”, destacou Eliane. 

O deputado Roberto Mesquita também pede para que as tropas sejam enviadas para o interior do Estado. “A força nacional de segurança servirá para que o povo do Ceará seja livre para expressar seus pensamentos e vontade. A forçar nacional não deve vir somente para Fortaleza e Região Metropolitana não, deve ir para Juazeiro, Sobral e outros municípios. Não podemos esquecer que, em Sobral, o governador, no dia do primeiro turno, passou o dia na delegacia para tentar liberar um vereador aliado que havia sido detido por compra de voto”, enfatizou Mesquita. 

O deputado José Sarto (Pros), líder do governo na Assembleia, também se posicionou a favor da vinda das tropas nacionais. Segundo Sarto, o governador disse que iria ‘meditar’ sobre o assunto. “Na segunda-feira (13) à noite, após receber o ofício do TER, o governador disse que iria ‘meditar’ sobre o assunto e escutar algumas pessoas para, assim, tomar uma decisão. Eu sou favorável de que as tropas atuem em todo o Ceará, para que assim possamos garantir a transparência e honestidade das eleições”, destacou Sarto.

Vice-prefeito

O vice-prefeito de Fortaleza, Gaudencio Lucena (PMDB), também se manifestou sobre o assunto, posicionando-se a favor da vinda das tropas nacionais, mas amenizou, afirmando que o motivo não seria o acirramento entre o governador e o vereador Capitão Wagner (PR).

“O motivo foi o aquartelamento da policia que não fiscalizou, o MP se preocupou porque não houve uma fiscalização da policia do Estado do Ceará. Estavam todas as viaturas paradas esperando ordem. Esse foi o motivo da solicitação do MP e não a divergência do governador com o Capitão Wagner. E agora sim, a força nacional chegando, a gente vai poder coibir o abuso que foi praticado na compra de voto”, declarou Gaudencio.

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