Comitiva busca solução em Brasília e Roma

Enquanto bispos mantêm silêncio, movimento faz carreata e forma comitiva em defesa do bispo emérito

Quixadá. Representantes do Movimento Fica Dom Adélio, de solidariedade ao bispo emérito da Diocese de Quixadá, seguem esta semana para Brasília. Pretendem entregar ao núncio apostólico no Brasil, dom Lorenzo Baldisseri, uma lista de com mais de 20 mil assinaturas. De lá, a comitiva segue para Roma ainda esta semana para tentar impedir o retorno de dom Adélio à Itália.

Na solicitação coletiva, a população pede a continuidade dos trabalhos de dom Adélio Tomasin à frente da Faculdade Católica Rainha do Sertão, que pertence à Diocese de Quixadá. O atual bispo, dom Ângelo Pignoli, exige a entrega da administração do campus.

Carreata
Segundo um dos articuladores do movimento, o médico César Oliveira, as exigências do atual bispo, dentre elas a interrupção da construção do complexo de Medicina no campus universitário, levaram dom Adélio a manifestar o desejo de retornar para a Itália. Embora naturalizado brasileiro, o bispo benfeitor e chanceler da Faculdade Católica de Quixadá pretende voltar para sua terra natal. Está deprimido. Apesar dos 80 anos, continuava seus trabalhos sociais com disposição.

A possibilidade de dom Adélio ir embora levou cerca de dois mil veículos, entre utilitários, automóveis, motocicletas, e até bicicletas e charretes às ruas e avenidas de Quixadá na última sexta-feira, dia 20. Em seguida, mais de quatro mil pessoas se concentraram na Praça da Cultura, finalizando o ato "Fica Dom Adélio". O movimento foi organizado por empresários, alunos da Faculdade Católica Rainha do Sertão e simpatizantes dos trabalhos do missionário católico, considerado por muitos um dos maiores empreendedores do Sertão Central.

Além do Santuário de Nossa Senhora Imaculada Rainha do Sertão e do Hospital Maternidade Jesus, Maria José, a Faculdade Católica Rainha do Sertão consta como uma das obras mais importantes realizadas pelo ex-bispo em Quixadá.

Inaugurada em 2004, a Faculdade Católica tem atualmente 15 cursos, 2.250 alunos e aproximadamente 500 funcionários. A direção da faculdade aguarda a aprovação de mais cursos junto ao Ministério da Educação (MEC), dentre os quais o de Medicina.

Obras paralisadas
De acordo com Oliveira, o atual bispo já arrendou a Rádio Cultura, vendeu vários prédios pertencentes à Diocese e também ordenou a paralisação das obras dos hospitais do Câncer e do Coração, anexos à maternidade. Hoje, 59 funcionários estão de aviso prévio, 10 padres já decidiram ir embora e um deles está suspenso da Ordem.

César Oliveira disse estar revoltado com a postura adotada por dom Ângelo Pignoli. Para ele, dom Adélio Tomasin é o principal responsável pelo desenvolvimento do município de Quixadá após a crise do algodão. Segundo ele, o religioso merece mais respeito.

Na primeira manifestação popular, realizada no dia 24 do mês passado, o bispo diocesano de Quixadá havia solicitado proteção policial. Na ocasião, ele temia tumulto e danos à Casa Episcopal, à Igreja Matriz, à Casa Paroquial e até ao Ginásio Waldemar Alcântara. Porém, os incidentes não ocorreram. Acerca da carreta promovida na última sexta, por enquanto nenhum dos bispos quis se manifestar. O silêncio prevalece.

Enquete
Ações reconhecidas

"Não concordamos com o tratamento que está sendo dado a quem só trouxe benefícios para o nosso povo"
César Oliveira
62 anos
Médico

"Impedir dom Adélio de continuar as realizações é nos impedir de entrar em igrejas. Sem ele Quixadá estaria em ruínas"
Altanir Carvalho
54 anos
Empresária

"Pedir para ficar, respeitar e deixar trabalhar quem só tem trazido o melhor para nossa cidade é o mínimo que podemos fazer"
Antonio dos Santos
61 anos
Mototaxista

MAIS INFORMAÇÕES

Movimento Fica Dom Adélio
(85) 8893.1000
Diocese de Quixadá
(88) 3412.0365


Alex Pimentel
Colaborador



Fonte:www.diariodonordeste.com.br

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