Petrobras prevê uso de mamona em até três anos

A produção regional de mamona continua insuficiente para abastecer a Usina de Biodiesel da Petrobras em Quixadá, que completou ontem um ano de sua instalação. A soja e o algodão, cujos fornecedores são a Bahia, Piauí e estados do Centro-Oeste, são as matérias-primas utilizadas atualmente na produção desse combustível renovável.

De acordo com o presidente da Petrobras Biocombustíveis, Miguel Rosseto, a expectativa é de que as oleaginosas como a mamona e girassol passem a ser produzidas em escala maior no Estado e possam ser o principal insumo do biodiesel da região entre dois e três anos.

“Nós temos produzido hoje o biodiesel com soja (70%) e algodão (30%). Nós trabalhamos com estratégia de transição gradativa com a produção de oleaginosas regionais. Gradativamente, conforme formos ampliando a produção de mamona, girassol, algodão, nós vamos complementando a nossa grade de insumos com estas matérias-primas”, afirma Rosseto.

Para estimular esse aumento de produção e produtividade, a Petrobras trabalha em parceria com o Governo do Estado. “Trabalhamos com contrato de resultados (com agricultores e produtores), oferta de sementes de qualidade, garantia de assistência técnica, preço que assegure remuneração pelo trabalho do agricultor”, enumera o presidente do setor de biodiesel da estatal.

Ainda que a usina não esteja utilizando a mamona produzida na região como insumo principal, o gerente da unidade de Quixadá, João Augusto Paiva, afirma que há muito da produção dessa oleaginosa armazenada no local. “Continuamos incentivando e armazenando em condições seguras”, afirma. Ele não informou o tamanho dessa estocagem, nem quando ela deve ser utilizada na usina.

Indagado se tratava-se de um desperdício, Paiva afirma que “tudo está armazenado em condições de segurança e em ambiente seco”. A produção é proveniente, principalmente, do trabalho dos quase 17 mil agricultores familiares contratados pela estatal para produzir mamona e girassol.

Atualmente, a produção regional é de 300 kg de mamona por hectare. A Petrobras almeja que esse número chegue a mil quilos por hectare.

Ampliação
A Usina de Biodiesel de Quixadá consumiu até hoje um investimento de R$ 95 milhões. A capacidade instalada é de 50 mil toneladas por ano. O intuito da Petrobras Biocombustível, entretanto, é ampliar para 80 mil toneladas/ano. Hoje, o empreendimento emprega 130 pessoas, 170 técnicos agrícolas para suporte ao produtor rural contratado pela estatal.

Fonte. www.opovo.com.br

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