Há 13 anos morria a escritora cearense Rachel de Queiroz


escritora cearense Rachel de Queiroz, morreu em seu apartamento enquanto dormia, no dia 04 de novembro de 2003, vítima de um enfarte.


Um breve histórico

Quinta ocupante da Cadeira 5, eleita em 4 de agosto de 1977, na sucessão de Candido Motta Filho e recebida pelo Acadêmico Adonias Filho em 4 de novembro de 1977.

Rachel de Queiroz nasceu em Fortaleza (CE), em 17 de novembro de 1910, e faleceu no Rio de Janeiro (RJ) em 4 de novembro de 2003. Filha de Daniel de Queiroz e de Clotilde Franklin de Queiroz, descende, pelo lado materno, da estirpe dos Alencar, parente portanto do autor ilustre de O Guarani, e, pelo lado paterno, dos Queiroz, família de raízes profundamente lançadas no Quixadá e Beberibe.

Em 1917, veio para o Rio de Janeiro, em companhia dos pais que procuravam, nessa migração, fugir dos horrores da terrível seca de 1915, que mais tarde a romancista iria aproveitar como tema de O quinze, seu livro de estréia. No Rio, a família Queiroz pouco se demorou, viajando logo a seguir para Belém do Pará, onde residiu por dois anos.
Rachel de Queiroz estreou na literatura aos 19 anos, em 1930. Retratou no romance O Quinze a terrível seca que levou seus pais a deixarem o Ceará por um período de dois anos (1917-1919). O livro foi publicado com recursos próprios, numa edição de apenas mil exemplares. Mas suficiente para chamar a atenção da crítica e ganhar o primeiro prêmio da Fundação Graça Aranha,em 1931.

Três anos antes da publicação do livro, começou a escrever em jornais. Primeiro sob o pseudônimo Rita de Queluz, no jornal O Ceará, no qual o editor acreditou que a crônica tivesse sido escrita por um homem. Depois, colaborou com o Diário de Notícias, O Cruzeiro,O Jornal, Diário de Pernambuco e o Estado de São Paulo. Certa vez, indagada se se considerava uma jornalista, Rachel respondeu:"É o que sou, é a minha profissão."

Após O Quinze, teve editado os romances João Miguel (1932), Caminho das Pedras (1937), As Três Marias (1939) e O Galo de Ouro (1950), publicado em capítulos na revista O Cruzeiro. Depois disso, dedicou-se às crônicas - escreveu mais de 2 mil -, reunidas em seis livros, e ao teatro, com as peças Lampião (1953)e A Beata Maria do Egito (1958). Somente em 1975, Rachel voltou ao romance com Dora Doralina.

Em 1992, após mais um longo intervalo, publicou o livro considerado sua obra-prima, Memorial de Maria Moura. "Eu não gosto de escrever. Escrevo porque esse é o meu ganha-pão. (...) Sou muito preguiçosa", chegou a declarar. Embora tenha ajudado a fundar o Partido Comunista, acabou se desentendendo com os companheiros e deixou a sigla. Dizia que queriam interferir no conteúdo de seus livros. Desafeta de Getúlio Vargas, Rachel de Queiroz participou da conspiração intelectual para a derrubada do então presidente João Goulart. Por diversas vezes, a casa dela serviu para reuniões do grupo que ajudou na queda de Goulart, como diz no livro biográfico Tantos Anos.

Grato, o marechal Humberto Castello Branco, que veio a ocupar a Presidência, acabou se tornando um grande amigo e a visitava no Rio e no Ceará. Quando morreu, em um desastre de avião,em 18 de julho de 1967, havia acabado de sair da fazenda de Rachel em Quixadá. Rachel viajaria com ele, mas desistiu, na última hora. Rachel não tinha religião e dizia não ter medo da morte. "Não acredito em Deus nem na imortalidade da alma."

Com informações do site da AQL

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