Artigo do presidente do PSB-CE, Sergio Novais


Confira abaixo artigo do presidente do PSB, Sergio Novais, publicado no blog do Eliomar, sobre permanência de Cid Gomes à frente do Governo do Estado.

E combinaram com russos?

Depois de alguns dias de fatos e especulações políticas, o jogo de poder dos Ferreira Gomes foi aberto. A saída do Governador tinha alguns objetivos imediatos e de curto prazo. Vejamos: inicialmente garantiria alguma consistência à chapa a ser apresentada pelo Pros, pois o irmão mais falante seria candidato ao Senado. Logo a seguir teríamos a eleição pelos deputados, do presidente Zezinho Albuquerque, governador tampão (pasmem, com votos já garantidos até de alguns opositores). Em seguida teríamos a ascensão natural do deputado Tim Gomes à presidência da Assembleia Legislativa (ou seja, a fila do grupo político dos Ferreira Gomes ia andar – motivações pela luta do poder que avizinha-se).

Seguindo o raciocínio, teríamos o já ex-governador (o irmão mais dissimulado) continuar a ser governador de fato, porém, sem ter de ouvir vaias e sem precisar responder à situação caótica da segurança pública e ao abandono da falta de água no interior. Os problemas acumulados nos últimos 7,5 anos, seriam transferidos ao novo “gestor”. Novas esperanças, novas promessas, novas gincanas, novos atores no palco do poder. Livre de algumas atribuições do poder, o ex- governador, do seu apê, comandaria o governo e a campanha política simultaneamente. Receberia uma liderança política e ligaria para o governador de plantão para fazer o jogo político de acordo com seus interesses (teria sido assim, em 2010, na sua reeleição, com o esquema dos kits sanitários?). Este trabalho seria dividido com o irmão mais velho que, disputando o Senado, imporia o voto casado, ao Senado e ao Governo, uma barbada! Toda a máquina, todo poder, todo dinheiro, toda perseguição para ganhar a eleição. Para completar a cena, Arialdo Pinho operando e Canabarro maquiando os atores na televisão.

O cenário e os atores escolhidos já exercitaram estes papéis em outros espetáculos. A peça só teria certeza de bilheteria com o elenco treinado, tudo pensado por aqueles que traíram Tasso (o criador), Luizianne (a confiante) e muitos outros do interior do Ceará e da capital, onde o PSB se inclui. Poucos, que conheço, escaparam desta sanha. No plano nacional, Eduardo Campos sentiu o mau cheiro da traição e exigiu a retirada deles do partido. Aqui no Ceará, Eunício tenta afastar-se.

Aí onde entra um dos maiores gênios do futebol, Garrincha. Conta a lenda que pediram certa vez ao anjo das pernas tortas para sair driblando todos pela direita para então fazer o cruzamento que resultaria no gol. Vivo, o craque brasileiro questionou: vocês combinaram com os russos (referindo-se ao time adversário)?

O vice-governador Domingos Filho, que aderiu ao Pros com sua prole, quis participar do elenco principal, mas sempre ficava fora. Exemplo: como vice-governador tinha suas viagens de avião questionadas, nestes 3,5 anos no cargo, pelo poderoso chefão Arialdo. Domingos sentindo o mesmo cheiro citado, optou por não sair do cargo. Mostrou que, apesar da convivência com os FG’S, não perdeu a dignidade. Merece registro.

Com direito a piloura, encerrou-se o primeiro ato. Neste intervalo vale fazer algumas observações. A chapa situacionista será mais fraca! A fila não andou – o clima na Assembleia na sexta-feira era de velório, poucos riam! O governador vai tentar cumprir suas promessas no Cócó, na Cagece, na segurança, na saúde, com o interior, com os servidores . . . ! O vice- governador, chamado de aventureiro, fica até quando no partido?

Cabe ao PSB Ceará avançar para a nova política, cada vez mais distante destes jurássicos políticos, cujo objetivo é a perpetuação de privilégios e o autoritarismo. É preciso construir um novo projeto com o povo.

Sérgio Novais
Presidente do PSB-CE, membro da Executiva PSB Nacional.

Fonte: PSB-CE

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