Cenário não favorece pressão do PMDB, inclusive no Ceará

Da coluna do Érico Firmo/O Povo

Diante da dificuldade em firmar acordos nos estados e, agora, dos sinais de que não deve ter sua cota engordada na reforma ministerial, surgem notícias de ameaças do PMDB de deixar o palanque de Dilma Rousseff (PT). O partido está mesmo muito incomodado e precisará ser afagado, mas a forma como a sucessão presidencial transcorre não favorece a pressão peemedebista, com todo jeito de blefe. Com Aécio Neves (PSDB) e Eduardo Campos (PSB) sem decolar, o mercado eleitoral não dá muitas opções concretas ao pragmatismo do PMDB. A força que Dilma tem demonstrado nas pesquisas e a falta de vigor, até aqui pelo menos, dos adversários fragilizam a capacidade de pressão do principal aliado. Isso interfere, inclusive, no Ceará, onde Eunício Oliveira deseja a todo custo o apoio do PT.

Vale ressaltar que, embora inestimável para a governabilidade nas últimas duas décadas, o partido não tem sido assim tão crucial nas eleições e, sobretudo, reeleições. Tanto Fernando Henrique Cardoso (PSDB) quanto Luiz Inácio Lula da Silva (PT) foram eleitos e reeleitos sem o PMDB, oficialmente, em seus palanques.

CEARENSE NO MINISTÉRIO DA SAÚDE

Se depender da vontade de Alexandre Padilha, seu substituto no Ministério da Saúde será um cearense. Mas não Ciro Gomes (Pros). O ministro confirmou que deixa o cargo ainda neste mês para cuidar da campanha a governador de São Paulo. Ele e sua equipe trabalham para emplacar como substituto o atual secretário de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde da pasta, Mozart Sales.

Nascido em Fortaleza, ele é filiado ao PT e tem trajetória profissional e política em Pernambuco. Formou-se pela Faculdade de Ciências Médicas da Universidade de Pernambuco, foi diretor do Sindicato dos Médicos daquele estado, foi vereador em Recife e concorreu a deputado estadual em 2006. Não foi eleito, mas exerceu mandato como suplente. É considerado um dos idealizadores do Mais Médicos. Mas, além da sombra de Ciro, enfrenta concorrência de outros nomes da própria pasta.

CID MINISTRO?

Segundo a coluna do jornalista Ilimar Franco, no jornal O Globo, a indicação de Ciro para a saúde já fez água mesmo, mas haveria boas possibilidades de seu irmão, Cid Gomes, virar ministro da Educação em 2015, no caso de reeleição de Dilma Rousseff (PT). Pode até ser. Mas a presidente precisa se preocupar antes em vencer a eleição, antes de montar a equipe de um mandato que não sabe se vai existir. Pode até haver conversa, mas é praticamente impossível que esse tipo de coisa esteja minimamente encaminhado antes da eleição e dos acertos anteriores e posteriores.

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