O
ex-presidente Luiz Inácio Lula da Siva pretende ter uma participação
mais ativa na política nacional. “Vou voltar a andar por este país. Vou
voltar a incomodar algumas pessoas outra vez,” disse ele, ao discursar
hoje (15) durante o 2º Congresso Nacional da União Geral dos
Trabalhadores (UGT).
Lula
destacou que chegou ao fim o período de afastamento voluntário do
cenário político que ajudou na consolidação da presidenta Dilma
Rousseff à frente do comando do país. “Eu disse, no início do ano, que
ia entrar em um processo de desencarnação, para poder permitir a
encarnação da presidenta Dilma.”
O
ex-presidente adiantou que as suas ações serão voltadas à busca de
soluções para os problemas sociais. “Embora não seja mais presidente,
sou cidadão brasileiro. Como cidadão brasileiro, serei o lobista número
1 das causas sociais. Quem tiver um problema social pode me contar que
farei lobby com o Gilberto Carvalho [ministro-chefe da
Secretaria-Geral da Presidência] e com a presidenta Dilma Rousseff para
que a gente possa resolver isso”, disse, enquanto caminhava na beirada
do palco, cumprimentando os sindicalistas que se esforçavam para
fotografá-lo.
Ao
falar sobre o seu governo, Lula voltou a usar um de seus bordões mais
famosos. “Nunca antes na história deste país houve um presidente que
tratou os trabalhadores com o respeito que eu tratei, que recebeu as
centrais sindicais a quantidade de vezes que eu recebi.” Segundo ele,
somente os sindicatos “muito pelegos” não conseguiram aumentos reais de
salário para as categorias que defendem.
Ele
também destacou as políticas voltadas especialmente às populações menos
favorecidas como uma marca de seu governo. Lula se autodenominou o
“presidente de todos”, mas com um “olhar meio vesgo para os pobres”.
Isso, assinalou, é resultado de sua origem humilde. “É muito importante
que você tenha compromisso e não esqueça da onde você veio, para onde
você vai voltar e de que lado você está.”
Para
ele, as parcelas mais abastadas da sociedade não compreendem a
importância dos programas sociais de distribuição de renda, como o
Bolsa Família. “Os ricos não sabem o que significa R$ 100 na mão de uma
mulher pobre.”
Lula
voltou a culpar as economias mais desenvolvidas pela crise financeira
internacional que ainda prejudica países como Espanha e Grécia. “A
gente não pode permitir que a crise dos outros venha causar prejuízos
ao nosso país. Por isso, a presidenta Dilma está preocupada em fazer
uma política industrial para que gente possa tornar as empresas
brasileiras mais competitivas.”
Daniel Mello
Repórter da Agência Brasil.
Repórter da Agência Brasil.
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