Será que existe o Cartel do combustivél em Quixadá?




Sem escolha. Quem possui qualquer veículo movido a combustível derivado do petróleo ou extraído da cana-de-açúcar, praticamente, não tem opção nas maiores cidades da região Centro do Estado. O jeito é optar pelo posto mais próximo. A diferença de preço entre uma cidade e outra não compensa, a não ser para quem viaja com freqüência à Capital, onde se consegue economizar até R$ 0,50 no litro.

Em Quixadá, a diferença é de apenas de R$ 0,01 no preço da gasolina comum, vendida a R$ 2,73 no Posto Monólitos e R$ 2,72 no Bandeirantes. De bandeiras diferentes, ficam a um quarteirão de distância, na mesma avenida. Já o diesel e o álcool são comercializados nos dois postos pelo mesmo valor: R$ 2,14 e R$ 1,99, respectivamente. Quanto ao gás natural, não há nenhuma opção. O Belas Artes é o único da região.

Segundo proprietários e gerentes, que preferem não se identificar, não há como concorrerem ou disponibilizarem mais opções para os clientes. A diferença do valor ofertado na Capital está no frete. Quanto mais distante das distribuidoras mais caro. Mesmo assim, a redução é muito pouca. Considerando a distância de Boa Viagem para Fortaleza, a gasolina é vendida ali a R$ 2,70 mas, como nos demais postos da região, mesmo distantes cerca de 100km, o álcool é negociado ao mesmo preço, R$ 1,99. Apenas no Alvorada, em Quixeramobim, custa R$ 0,01 a mais.

Os empresários justificam que o preço é tabelado no fornecedor. Quem reduz tem que tirar do próprio bolso. Preferem apostar na conquista do cliente através de uma melhor atenção. Um cafezinho ou um chazinho, o que preferirem, tem sempre bem quentinho. A hospitalidade é sempre por conta da casa. Reconhecem que alguém está lucrando muito, mas asseguram que não são os donos de postos.

Parte dos motoristas atribui os elevados preços aos empresários do setor. Outros, culpam os impostos e o jogo internacional de cotação dos barris. Embora o País já possua autonomia para dar suporte à demanda nacional, e a moeda seja o real, tudo que se produz no Brasil é convertido em dólar. “Não é a toa que estão tentando impedir a realização da CPI da Petrobras. Enquanto a gasolina entra por uma torneira, o nosso dinheiro sai por outra”, comenta o caminhoneiro Fausto Pedrosa. Ele estava retornado da usina de Biodiesel de Quixadá para o Paraná, sua terra natal.

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