Jovem mata tio e avô e enterra corpos na casa




Depois de um longo interrogatório, o autor dos crimes abriu o jogo e contou à Polícia onde estavam os cadáveres

Quixadá. Pouco mais de 16 horas. Esse foi o tempo necessário para que a equipe da Polícia Civil deste Município (a 158Km de Fortaleza) esclarecesse o desaparecimento do aposentado Manoel Barroso, 76; e do filho, José Laerte de Oliveira Barroso, 44, portador de distúrbios mentais. Eles estavam sumidos havia 16 dias. Ontem, foram encontrados no quintal da casa onde moravam. Estavam mortos e enterrados junto à porta da cozinha.

O neto de Manoel e sobrinho de José Laerte, o jovem Pierre Barroso de Oliveira, 24, praticou o duplo homicídio e, em seguida, ocultou os cadáveres. Ele utilizou um machado para executar o tio e o avô, com quem morava.

O crime foi desvendado na manhã de ontem. O suspeito havia sido detido na tarde anterior. Contra Pierre constava mandado de prisão da comarca de Russas. Ele estava em regime semi-aberto. Pagava por outro homicídio. Fazia dois meses que não estava indo dormir na cadeia daquela cidade. O beneficio foi revogado.

O delegado José Edílson Sobrinho pretendia efetuar uma varredura no imóvel onde ele mora, uma casa de taipa situada na localidade de Tanques, distrito de Dom Maurício, a 37Km do Centro de Quixadá quando Pierre resolveu confessar os crimes. Também disse onde havia escondido os corpos. Com receio dele ser linchado pela vizinhança, o delegado o manteve no xadrez, enquanto equipes do Corpo de Bombeiros de Quixeramobim e soldados do batalhão provisório da PM de Quixadá auxiliavam no resgate dos corpos.

A revolta maior dos parentes das vítimas se dá em razão de ter sido Manoel Barroso o responsável pela soltura do criminoso. Um dos filhos, Antônio Herialdo de Oliveira, informou que o pai havia gasto muito dinheiro com advogados. Foi ele quem conseguiu livrar seu próprio carrasco das grades.

Pierre era tratado como um filho. Havia sido acolhido juntamente com a mulher e três filhos. Recebiam todo o amparo necessário para sobreviverem: comida e moradia. O assassino alegou para o delegado que estava drogado quando matou o avô e em seguida o tio. Havia acabado de fumar uma pedra de crack. Estava no roçado quando o ancião tentou lhe agredir com uma foice. Logo depois enfrentou o tio.

Segundo ele, a luta corporal ocorreu na tarde do último dia 18. Após matá-los, transportou um a um para casa, num carrinho de mão. Em seguida ocultou os corpos. Com uma saca de cimento fez a massa que cobriu os cadáveres. Ao passar com o material de construção alegou para os vizinhos que estava consertando goteiras.

Dinheiro

Outra justificativa apresentada por Pierre foi a de que o avô estaria molestando sexualmente seu filho caçula, de três anos. A Polícia avalia que o crime teria outro motivo. Pierre estaria de olho na aposentadoria do avô e do tio. Havia simulado o desaparecimento de ambos para ficar recebendo os benefícios.


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