Polícia investiga consórcio de quadrilhas

Um consórcio formado por várias quadrilhas praticou o furto à caixa-forte da agência do Banco do Brasil de Quixadá, na última segunda-feira, 16. Esta é a principal linha de investigação da Polícia e consta no inquérito instaurado na Delegacia de Roubos e Furtos (DRF). Segundo a Polícia, bandidos paraenses, maranhenses, goianos, piauienses e cearenses participado da ação. Três suspeitos estão sendo investigados, mas seus nomes não foram revelados. Os três, segundo o delegado da DRF, Wilder Brito, teriam dado apoio logístico durante o período de escavação do túnel.

A hipótese de que parte dos ladrões do Banco Central de Fortaleza tenham participado dessa ação não está totalmente descartada, mas é remota essa possibilidade. A Polícia estima que os ladrões tenham furtado R$ 1,2 milhão, mas a administração do BB não confirmou o valor, alegando que não iria revelar por questão de segurança.

No segundo dia de investigação, a Polícia chegou à conclusão de que os ladrões entraram na caixa-forte entre sábado e domingo passados. O furto só foi descoberto na manhã da segunda-feira. Do imóvel alugado (lava-jato) até a agência bancária são aproximadamente de acordo com a perícia, 133 metros. Esse percurso foi facilitado pela galeria pluvial que passa em frente à casa alugada e vai até a fachada da agência do BB.

Outra conclusão que se chegou foi o fato de que os bandidos também teriam feito uso de explosivos. “Da rua onde fica a galeria pluvial até o banco eles cavavam e iam dinamitando o subsolo para abrir o caminho com mais facilidade. Para abafar as explosões, eles usaram sacos de areia e de gesso”, explicou o delegado da DRF. As escavações teriam durado aproximadamente três meses.

Wilder Brito disse ainda que desde o fim do ano passado, vinha monitorando a ação de quadrilhas interestaduais agindo no Ceará. As indicações de que grupos agiam no interior cearense partiram das polícias do Pará e do Maranhão. Como exemplo das ações dessas quadrilhas, o delegado lembrou os arrombamentos e assaltos contra as agências do Banco do Brasil de Orós, Mombaça, Jaguaretema e Palhano, ocorridas em dezembro do ano passado. No fim de janeiro, homens usando roupas da Polícia Federal assaltaram o BB de Icó, roubando a quantia de R$ 1,3 mil. “Acredito que eles vinham se capitalizando para um grande roubo, que deveria ser o do BB de Quixadá”, afirmou.

A Polícia Federal, que no dia do assalto, teria se pronunciado afirmando que não participaria das investigações porque o Banco do Brasil seria empresa de economia mista e não controlada pelo Governo Federal, voltou atrás depois do pedido do secretário da Segurança, Roberto Monteiro. O delegado Antônio Celso, que coordenou as investigações sobre o furto ao BC de Fortaleza, também acompanha o caso.


E-Mais

Em setembro de 2005, oito pessoas são presas em São Paulo escavando um túnel, a partir de uma casa que daria acesso a caixa-forte de duas empresas de transportes de valores. Entre os presos estava um cearense.

> Em dezembro de 2005, a Polícia do Paraguai localiza um túnel que daria acesso ao cofre do Banco Central do país. Na ação, ninguém foi preso, mas a Polícia paraguaia chegou a atribuir a tentativa de furto a bandidos brasileiros.

> Em setembro de 2006, cerca de 10 pessoas, entre elas, remanescente da quadrilha que furtou o BC de Fortaleza, são presos em flagrante durante a Operação Toupeira da Polícia Federal. Na primeira, em Porto Alegre, os ladrões cavavam dois túneis que iriam dar no cofre do Banco do Estado do Rio Grande do Sul e da Caixa Econômica Federal. No mesmo dia, em Maceió (AL), mais oito homens são presos também escavando um túnel que iria dar na caixa-forte da Caixa Econômica Federal.

> Em agosto de 2007, a PM descobre um túnel de 70 metros de comprimento que estava sendo escavado de fora para dentro do Instituto Penal Paulo Sarasate (IPPS). O túnel daria fuga a sete dos dez ladrões presos pelo furto ao BC, que estavam recolhidos ao IPPS. Três dias depois, todos eles são transferidos para o presídio de segurança máxima de Campo Grande.

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