Preocupação em áreas de risco é permanente

Quixadá. A chuva ainda poderá causar transtornos em áreas críticas de algumas cidades da região Centro do Estado. Não é este ano que moradores das imediações do Terminal Rodoviário de Quixadá se livrarão do problema. Se chover muito, os imóveis situados no trecho da Avenida José Caetano, com os cruzamentos das ruas Rui Barbosa e Tabelião Enéas, poderão ser invadidos novamente pela água. As obras para drenagem do canal ainda não foram concluídas.

Sobre o problema, o secretária de Obras de Quixadá, Paulo Stênio Fernandes, justificou que o serviço atrasou porque um morador reclamou a propriedade de um trecho a ser cortado pela vala subterrânea. Embora a maior parte do fosso atravesse vias públicas, a etapa final, de deságua no Rio Sitiá, foi paralisada. “Trabalhos dessa natureza são realizados do fim para o começo. Estamos adotando providências para utilização da área reclamada”, explicou ele.

Tráfego ruim

Na opinião de quem mora na zona rural o problema maior está no acesso aos distritos. As estradas necessitam de reparos. Com as chuvas, a tendência é piorar o tráfego. O secretário executivo da Defesa Civil no município, Paulo Pinto, confirma a preocupação mas, no momento, as ações estão voltadas para o abastecimento de água. Todos os reservatórios da região estão praticamente secos. Contam com o apoio do programa emergencial do Governo Federal, Operação Pipa, no combate à estiagem.

Em Quixeramobim, o comandante da Unidade do Corpo de Bombeiros, major Naum Maurício, aponta os trechos ribeirinhos como principais áreas de risco. Muitas famílias insistem em morar nas margens dos rios que cortam o município. Os leitos do Quixeramobim e do Banabuiú formam a maior bacia hidrográfica da região. “No ano passado, tivemos que resgatar oito famílias que moravam no Poço Grande”. A operação poderá se repetir este ano. Segundo o militar, o problema se concentra mais nos assentamentos.

No início de fevereiro de 2004, mais de 3 mil habitantes de Quixeramobim ficaram desabrigados por conta do aumento do nível do Banabuiú e seu afluente. Foi a maior enchente registrada no Sertão Central. Dois anos depois o rompimento da barragem de um açude, em Ibicuitinga, deixou dezenas de famílias apavoradas. Na enxurrada, apenas estragos nos imóveis e perda de eletrodomésticos. O proprietário, Chico Belo, não fez mais o represamento do reservatório. Segundo moradores, a preocupação da população agora é com outra barragem, situada nas proximidades do Centro da cidade. Temem que o alargamento do sangradouro não seja suficiente para escoar a água, se ocorrer precipitação superior a 100mm.

Uma das principais ruas do município, a Samuel Ferreira Nobre, está no curso da água. Até o enceramento desta edição a reportagem não conseguiu manter contato com o coordenador da Defesa Civil municipal, Falcão Nobre.

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